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Governo lança plano para eliminar a hepatite C até 2030

14 out, 2018 | Fonte: Agência Aids

O Ministério da Saúde lançou esta semana um plano para eliminar a hepatite C no Brasil até 2030. Em iniciativa conjunta com estados e municípios, a pasta pretende simplificar o diagnóstico, ampliar a testagem e fortalecer o atendimento às vítimas de hepatites virais no país. Entre estas doenças, a do tipo C é a que tem o maior número de notificações, com uma taxa de incidência que chegou a 11,9 casos para cada 100 mil habitantes em 2017.

Segundo o ministério, mais de 1 milhão de brasileiros, ou 0,71% da população do país, tiveram contato com o vírus da hepatite C, para qual o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza tratamento com mais de 90% de chance de cura. O problema é que muitas destas pessoas, mesmo diagnosticadas, não estão em tratamento, e outras tantas não sabem nem que têm o vírus, destacou Adele Benzaken, diretora do Departamento de IST, HIV/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, em comunicado divulgado pela pasta.

“A hepatite C é uma doença silenciosa. Muitas pessoas estão com o vírus da hepatite C e não apresentam nenhum sintoma, então diagnosticar e tratar essas pessoas da forma mais rápida possível é essencial para a qualidade de vida dessas pessoas e também para a saúde pública”, diz ela na nota

Ainda de acordo com o ministério, desde 2015 cerca de 76,5 mil pacientes com hepatite C foram atendidos pelo SUS, que oferece o tratamento independente do grau de lesão do fígado que apresentem. E para cumprir as metas do novo plano, a pasta está em processo de aquisição de novos pacotes de tratamento. A ideia é tratar 19 mil pessoas este ano, e a partir de 2019, 50 mil pacientes por ano, até 2024. Já a partir de 2025, esse número subiria para 32 mil novos tratamentos ao ano. Com isso, espera-se reduzir em 65% a mortalidade por hepatite C no país até 2030.

Já com relação aos diagnósticos, o ministério informa que foram registradas 24,4 mil pessoas com hepatite C em 2017. Com a ampliação da oferta de tratamento e dos diagnósticos, no entanto, a pasta espera reduzir o número de novos casos em 90% até 2030. Para tanto, a meta é diagnosticar 30 mil pessoas em 2018 e, a partir de 2019, 40 mil ao ano até 2030, testando 100% do público prioritário para hepatite C até o fim da próxima década. Dentro desta estratégia, o Ministério da Saúde distribuiu 12 milhões de testes de hepatite em 2017, dos quais 9 milhões para hepatite C.

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil registrou 40,1 mil casos novos de hepatites virais em 2017. Comumente transmitida por água e alimentos contaminados, a do tipo A viu os casos mais que dobrarem em homens de 20 a 39 anos nos últimos anos também devido à transmissão por via sexual. Só no estado de São Paulo o número saltou de 155 em 2016 para 1.108 em 2017. Isso apesar de a hepatite A ser prevenível com vacina disponível no SUS, oferecida no Calendário Nacional de Vacinação para crianças a partir de 15 meses a 5 anos de idade incompletos, mas em São Paulo, por exemplo, também para homens que fazem sexo com homens.

Já com relação à hepatite B, os últimos 10 anos apresentaram pouca variação, apontam os boletins epidemiológicos do Ministério da Saúde. Foram 14,7 mil casos em 2016 e 13,4 mil em 2017. A transmissão da hepatite B se dá por meio de sangue contaminado, sexo desprotegido, compartilhamento de objetos perfurocortantes e da mãe para o feto no útero ou o recém-nascido no parto, num processo conhecido como transmissão vertical. A vacina para hepatite B também está disponível no SUS, mas para todas as pessoas. Nas crianças, ela é administrada em quatro doses, sendo a primeira ao nascer. Já nos adultos que não se vacinaram na infância, são três doses. De acordo com o ministério, em 2017 foram distribuídas 18 milhões de vacinas para todo o país e 31,1 mil pacientes estão em tratamento para a doença atualmente.

Por fim, a hepatite C acomete principalmente adultos acima de 40 anos. Segundo a pasta, desde o fim da década de 1990 foram notificadas 331,8 mil pessoas com a doença, incluindo as 24,4 mil registradas no ano passado. Como a doença do tipo B, a hepatite C também é comumente transmitida por sangue contaminado, sexo desprotegido e compartilhamento de objetos perfurocortantes.

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